quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Saúde canina - Vacinação




A vacina é uma maneira de ensinar ao sistema de defesa do animal como se proteger do antígeno que o ataca, auxiliando na criação de anticorpos. A vacina contém vírus e/ou bactérias mortas ou inativas que apresentam ao organismo do animal sua “fisionomia” e o que o corpo dele deve fazer para destruí-las.
Diferentemente dos humanos, a “memória” do sistema imunológico dos animais é relativamente mais curta e, por isso, a quantidade de reaplicações da mesma vacina é bem maior, com periodicidade anual em cães adultos. O ideal é sempre usar vacinas de qualidade, de boa procedência e aplicadas por quem sabe como fazê-lo, ou seja, por veterinários. Até porque algumas dessas doenças, conhecidas como zoonoses, podem ser transmitidas para o homem.
Existem algumas vacinas chamadas de “não éticas”, que recebem esse nome unicamente por não serem vendidas por profissionais. Elas costumam ser comercializadas em lojas ou petshops e são aplicadas, muitas vezes, por vendedores ou por equipe não especializada. Eu não as recomendo, até porque a ausência de um profissional na aplicação pode gerar graves problemas (falarei mais sobre isso em um post futuro).
Cada cão tem um perfil próprio de organismo e se encontra em um estado de saúde diferente dos demais. Por isso, o melhor a fazer é sempre levá-lo para ser examinado por seu veterinário antes de começar o processo de imunização. Ele, além de verificar se o animal está com boa saúde, pedirá um exame de fezes no intuito de buscar parasitas, uma vez que o cachorro não assimilará bem a vacina se já estiver doente ou contaminado por algum organismo. Alguns especialistas dizem que não se pode dar vacinas e vermífugo ao mesmo tempo, até porque, se o animal precisa receber vermífugo, significa que ele não deve estar nas melhores condições de saúde e uma das premissas básicas para que a imunização dê certo é ele estar saudável. A exceção se daria na vermifugação por profilaxia, mas acho arriscado fazê-lo e crer que seu animal está protegido quando, na realidade, pode não estar.
As vacinas que seu cão deve tomar e os intervalos entre as doses devem ficar a critério do veterinário. De qualquer maneira, existe um sistema básico de vacinação, no qual são obrigatórias as vacinas múltiplas (V8 ou V10), a anti-rábica, a de giardíase e a de tosse dos canis. A V8 previne contra cinomose, hepatite infecciosa, parainfluenza, parvovirose, coronavirose e dois agentes da leptospirose. Sua diferença em relação à V10 é que a segunda previne contra quatro agentes da leptospirose, ao invés dos dois da primeira. A anti-rábica previne contra raiva, doença que mata e que pode ser transmitida aos seres humanos. A de giardíase, por óbvio, previne contra giardíase, e a tosse dos canis previne contra uma espécie de gripe canina. Uma quinta vacina, um pouco menos comum e não obrigatória, é a de leishmaniose (ou calazar), doença que também é uma zoonose, mas que tem sua imunização efetuada apenas em regiões onde sua ocorrência é comum, e deve ser precedida de exames para detectar se o cão já não é portador do parasita.
Para ter uma visão geral de como deve ser uma boa campanha de imunização, observe, no quadro abaixo, o tempo de vida do animal e a administração das vacinas:
O padrão de vacinação para cães adultos que nunca foram vacinados ou filhotes que passaram da época pré-estabelecida muda um pouco em relação aos dados tabela. Eles devem receber duas doses de vacina múltipa (com um intervalo de 21 dias entre elas) e uma dose da vacina anti-rábica. Isso também é válido para cães os quais desconhecemos o histórico de vacinação. Filhotes com menos de 45 dias não devem receber as vacinas, pois os anticorpos transmitidos pela mãe por meio da amamentação anulariam seu efeito. Uma exceção poderia ser aberta no caso de filhotes que não receberam o colostro da mãe. Seja como for, é importantíssimo o acompanhamento e a supervisão de um veterinário.
A vacina é uma medida preventiva muito eficaz, mas, eventualmente, o cão pode pegar a doença mesmo tendo sido imunizado. Alguns animais não respondem adequadamente ao tratamento por já estarem doentes ou porque recebem medicamentos que causam a depressão do sistema imunológico, e ainda existe uma pequena porcentagem que carrega características individuais que bloqueiam o procedimento (como em alguns casos de endocruzamentos, ou seja, cruzamento entre animais parentes, como pais e filhos).
Algumas reações após a aplicação das vacinas são normais, como inchaços na face, na língua, coceiras e dor local (que é esperada em cerca de 2 a 3% dos casos). Vacinas acrescidas de adjuvante (substância que, adicionada a um inócuo, ajuda a aumentar a resposta imune obtida) podem gerar reação inflamatória local e formação de nódulo, que costuma sumir dentro de 1 a 2 semanas. Portanto, é sempre bom observar o comportamento de seu animal no período pós-vacinação. Como a maioria dessas reações é passageira e costuma durar até 12 horas, qualquer manifestação que permaneça após esse período deve ser examinada por um veterinário. É importante guardar a carteirinha de vacinação do animal não só para se ter um maior controle do que já foi feito, mas também para anotar as medidas a serem tomadas na hora de amenizar reações anteriormente detectadas.
Para economizar uma grana, a dica é acompanhar as campanhas de vacinação administradas pelas prefeituras, que aplicam vacinas anti-rábicas gratuitas anualmente. O site do Centro de Zoonoses de São Paulo carrega tanto os endereços dos postos de vacinação quanto as recomendações e cuidados a serem tomados no dia da aplicação. Pelo que entendi, São Paulo fornece vacinas a qualquer momento, independentemente da distribuição delas nas campanhas anuais. Por isso, paulistas, não há desculpas para não proteger o seu bichinho ^.~
Conteúdo do blogue bom pra cachorro
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