A Última Ceia, famoso mural pintado por Leonardo da Vinci no século XV
A Última Ceia ocorreu numa quarta-feira - um dia antes do que se pensava - e a data para a Páscoa agora pode ser modificada, segundo um cientista da Universidade de Cambridge que está buscando resolver uma das contradições mais persistentes da Bíblia.
Cristãos estabeleceram a última refeição de Jesus na Quinta-feira Santa há séculos mas, graças a uma redescoberta do antigo calendário judaico, o professor Colin Humphreys sugere outra interpretação.
"Eu estava intrigado com as histórias bíblicas sobre a última semana de Jesus, nas quais ninguém consegue encontrar nenhuma menção de quarta-feira. É chamado de um dia perdido", disse Humphreys à Reuters. "Mas isso parecia ser tão improvável: afinal de contas, Jesus era um homem muito ocupado."
Suas descobertas ajudam a explicar a inconsistência misteriosa entre os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, que disseram que a Última Ceia coincidiu com a Páscoa Judaica, e o de João, que disse que a refeição ocorreu antes do dia que comemora o Êxodo do Egito.
A pesquisa de Humphreys sugere que Jesus, Mateus, Marcos e Lucas estavam usando o calendário pré-exílico, do tempo de Moisés, e que conta o primeiro dia do mês a partir do final do ciclo lunar anterior, enquanto João estava se referindo ao calendário oficial judaico.
"Foi um erro extremamente curioso para qualquer um fazer porque, para o povo judeu, a Páscoa Judaica era uma refeição muito importante", disse Humphreys, um cientista na área de metalurgia e materiais, e cristão.
Com a ajuda de um astrônomo, Humphreys reconstruiu o calendário pré-exílico e colocou a Páscoa Judaica no ano 33 d.C, amplamente aceita como a data da crucificação de Jesus, na quarta-feira, 1o de abril.
Isto significa que se os cristãos modernos quiserem estabelecer uma data para a Páscoa com base nos cálculos de Humphreys, que ele vem elaborando desde 1983, o Dia da Páscoa seria o primeiro domingo de abril.
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