sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A história da ioga


HISTÓRIA

O yoga precede a história escrita, acredita-se que surgido nos continentes perdidos da Lemúria e Atlântida, para depois de milênios ser adotada pelas civilizações da Índia antiga.
A palavra yoga é proveniente do sânscrito e como tal deve ser entendida, escrita e dita, conforme os parâmetros da língua. No sânscrito o yoga é considerado um substantivo masculino, daí o motivo pelo qual devemos fazer menção a ele como “o yoga”.
A palavra yoga tem sua origem na raiz sânscrita YUJ, que significa unir, ligar, atar, estar em comunhão. Yoga significa unir-se com sigo mesmo em primeira instância e em seguida com todo o universo que nos cerca.
O yoga traz consigo uma poderosa egrégora que envolvem todos aqueles que a ela se conectam, traspassando-lhes seus benefícios e sua energia. Por esse motivo a palavra yoga traz em si sua energia própria e deve se expressa-la como fora criada há milênios na língua sânscrita, Y Ô G A com o O fechado. Pois o Yôga é uma palavra imantada por toda essa energia milenar, ao passo que a yoga não significa absolutamente nada.
O yoga em sua estrutura primordial traz uma forte divergência que se divide em dois pilares de sustentação: o primeiro de origem filosófica sánkhya e comportamento tântrico. O segundo de origem filosófica vêdánta e comportamento brahmácharya, que apesar de suas características antagônicas, têm como meta o mesmo ponto final.
As raízes do yoga estão inseridas no hinduismo que se divide em shruti e smiriti.
O smiriti se difere do shruti por tender a uma interpretação dos fenômenos de forma mais intelectual e interpretativa, ao passo que shruti, tem sua origem na intuição e na inspiração.
O smiriti se subdivide em:
1. Smiriti (código de lei)
Darma-shastra, Manu, Yájna válkia, Paráshara
2. Itihasas (primórdios religiosos)
Ramayana, Mahabhárata (contém o bhagavad guita
3. Puránas (mitos e lendas)
Naradya Purána, Bhagavata purána, Garuda purána, Padma purána, Varaha purána, Brahma purána, Brahmanda purána, Bhavisyat purána, Vishnu purána, Markandeya purána, Vámana purána, Matsya purána, Linga purána, Shiva purána, Skánda purána, Agni purána, Kurma purána, Brahma Vaivarta purána. É importante frisar que o objetivo dos puránas era esclarecer ao povo da época, conceitos morais, sociais e espirituais de forma passível de compreensão.
4. Ágamas (manuais para à cultuação dos conceitos védicos)
Vaishnavismo-Vishnu o concervador
Shaivismo- Shiva o renovador
Shaktismo- Shakti o princípio feminino- Tantra
5. Dárshanas (escolas filosóficas)
1- Nyaya (Gautama), Vaisheshika (Kanáda).
2- Samkhya (Kapila) e Yoga (patañjali).
3- Mimansa (Jaimini) e Vedanta (Bádaráyana).
Cronologicamente o yoga divide-se em yoga antigo e yoga moderno.
O yoga antigo segue a linha tântrica e é proveniente do povo drávida, sua fonte original é shruti e é encontrada nos upanishad, sua origem criadora é Shiva e seu período é o pré-clássico. Sua tendência é sámkhya e seus registros precedem mais de 5.000 anos.
O yoga clássico pode ser considerada de origem antiga, por volta de 300 anos antes de cristo, sua literatura é o yoga sutra de Patañjali.
O yoga moderno tem tendência vedanta e sua linha é brahmacharya, pode ser dividido cronologicamente como yoga medieval do século VIII d.C ao século XI d.C seus mestres foram Shankara e Gôrakshanatha.
No yoga contemporâneo do século XX temos como mestres Aurobindo, Ramakrishna, Vivekananda, Shivananda, yogananda, dentre outros mestres. A fonte do yoga moderno é o smriti, e desenvolvido pelo povo ariano e essencialmente brahmachárya.
Sobre o yoga antigo, podemos dizer que as referências históricas sobre esta época, são dificultadas pela falta de registros escritos, pois os ensinamentos eram difundidos pela transmissão oral, chamada pelos hindus de parampará, transmissão que era feita de pai para filho e mestre para discípulos.
A filosofia sámkhya e o comportamento tântrico
Daremos ênfase a esses dois pilares de sustentação do yoga, pois são os pilares que sustentam nossa linha de yoga, chamada de forma mais específica de Hatha yoga integral e é de origem Dakshinacharatantrik-Niríshwarasámkhya.
Opondo-se de forma filosófica e comportamental ao brahmácharya e ao vedanta, o tantra é de origem matriarcal e busca ancorar na realidade corpórea a busca espiritual. Os adeptos do tantra (tântrikas) não compartilham do comportamento purista e casto da ortodoxia hindu e budista e procuram a identificação com o Purusha através da prática sexual, do convívio familiar, social e usufruindo dos prazeres da vida. Os brahmácharias se opõem à tal conduta por julgar seus praticantes adeptos do hedonismo, com a desculpa da busca pela espiritualidade. É bem verdade que a linha esquerda do tantra é acusada de práticas libertinosas, mas esse contesto é apenas uma exceção e não a regra.
Dentro da própria linha tântrica existem inúmeras facções e subdivisões, onde poderíamos destacar com maior propriedade o tantra brando ou de direita (Dakshinachara), o tantra cinza que é o intermediário e sofre inúmeras subdivisões e o tantra negro ou de esquerda (Vamachara).
Apesar da linha tântrica ser desrepressora, os adeptos do tantrismo branco seguem uma conduta de vida onde são abolidos o uso do álcool, do fumo, das drogas e da carne, ao passo que os adeptos do tantrismo negro que seguem os ditames da “sabedoria da loucura”, conseguem por à prova as atitudes ocidentais mais liberais.
Acredita-se que o tantra branco tenha sido a estrutura primordial do yoga, praticado pelos drávidas, povo que habitava a região que hoje conhecemos como Índia a mais de 5000 anos atrás, e que foram dominado pelos áryas ou arianos. Os arianos eram um povo guerreiro vindo do continente europeu, tiveram grande facilidade em colonizar e dominar os drávidas, que possuíam uma cultura pacifica e matriarcal. Os arianos extremamente agressivos e de cultura patriarcal, proibiram a prática do tantrismo e a partir dessa época, fora imposta aquele povo uma cultura espiritualista rígida, que deu origem ao comportamento Brahmácharia.
O tantrismo permaneceu vivo graças à sua prática secreta, pois seus seguidores eram torturados e condenados a morte.
Com o passar do tempo, os adeptos do tantrismo tornaram a adquirir autonomia filosófica e incluíram em seu processo espiritual os aspectos da existência que as tradições brahmácharia haviam renegado pelo caminho da renúncia; o corpo, a sensoriedade, o sexo, a feminilidade e o universo denso-físico em geral.
O tantrismo é o processo de reinstalação do princípio psíquico feminino na sua conjuntura espiritual.
O elemento que une todas as escolas tântricas é o princípio energético feminino do universo.
O princípio feminino é chamado Shakti (poder) e dá origem a todo o contesto feminino do universo, a Deusa, a Mãe divina, esposa do aspecto Masculino do universo, que pode ser entendido pelos seus aspectos de Shiva, Vishnu, Brahma, Krishna ou simplesmente Mahâdeva (Grande Deus).
Yoga para crianças
Uma técnica milenar que tem por objetivo desenvolver a verdadeira essência do ser, preparando a criança por intermédio da filosofia oriental, a desenvolver a disciplina, concentração, e o controle das emoções de forma lúdica e harmoniosa, gerando saúde física, emocional e comportamental em uma sociedade consumista e conturbada.
Fonte: www.fisyoga.com.br
Yoga

ORIGEM

A origem do yoga perde-se no tempo. Foram encontrados registros em pedra-sabão que datam de 4.000 a 3.000 a.C, na Índia. A civilização pré-ariana que ocupou o vale do indo (2.500 a 1.500 a.C.) pouco se sabe e sua linguagem até hoje não foi decifrada. A invasão ariana ocorreu em 500 a.C. e deu origem a atual cultura hinduísta. O período pré-clássico do yoga data de milênios antes de Cristo e foram sintetizados em obras como: os vedas e o mahabarat que datam aproximadamente de 1.500 a.C. Neste período há registros de práticas ascéticas e da religião Jainista.
No período clássico do yoga temos a obra do filósofo Patanjali denominada Yoga-Sutra, que data aproximadamente de 360 a.C. nestes sermões escritos por Patanjali, ele enfatiza as etapas pelas quais o aspirante passa para a realização do Samâdhi. O yoga não é só o objetivo final, é também o meio, o método para esta realização. Patanjali (no yoga-sutra 1-2 define o yoga simplesmente como "o aquietamento dos turbilhões da mente consciente" (citta vritti nirodha). Isto não significa que tenhamos que impedir os pensamentos, mas que ao focalizar a concentração da atenção em cada imagem mental, sensação, sentimento, estes se tornam objeto de contemplação. Com a prática desta focalização psicomental ocorre a cessação do turbilhão mental e a consciência - testemunha transcendental, surge.
Podemos dizer que essencialmente o objetivo primordial do Yoga é atingir o estado meditativo, mas para alcançar este estado de consciência Patanjali fala que temos que trilhar um caminho de auto disciplina e auto transformação.

O YOGA ANTIGO E CAMINHOS DO YOGA

"Como tornar-se um ser divino continuando a ser homem sobre a terra?"
O brahmanismo distingue quatro vias, quatro ‘yoga', ou seja, quatro maneiras de unir o homem ao divino:
1. A via do conhecimento (Jnana Yoga)
Conhecimento da identidade com Brahma.
2. A via do amor (Bhakti Yoga)
Devoção ao divino e oferecimento de todas às ações.
3. A via da ação desinteressada (karma Yoga)
‘Não é necessário fugir do mundo para se voltar para o divino. Não é a ação que escraviza, mas suas motivações (prazer, interesse, ambição, isto é, os desejos e as paixões).
4. A via régia (Raja Yoga)
Realizar a prática da meditação e realizar a reintegração do ‘em si' (pessoal) no ‘em Si' (universal).
O Bhagavad gita - livro que resume o essencial do pensamento védico.

O YOGA DE PATANJALI

Patanjali foi o sintetizador de uma boa parte do milenar conhecimento do yoga. Escreveu em aproximadamente 360 a.C sutras (sermões) que resumiam os fundamentos das filosofias e práticas do yoga. Nestes, ele cita oito etapas para se atingir a meta do yoga. A união interior e cósmica, o estado último que culminaria na integração do indivíduo com suas raízes coletivas e cósmicas é chamado "sámádhi".
O caminho para o "sámádhi" fundamenta-se em uma base ética de comportamentos a evitar (yamas) e virtudes da desenvolver (nyamas). Esta base inclui a verdade, a honestidade, o controle dos instintos, a autodisciplina, a humildade, o contentamento, o estudo e a sincera submissão aos propósitos divinos.
Sem esta âncora ética, todas as outras etapas perdem o sentido, tornam-se meras ilusões do ego. O verdadeiro yoga acontece alicerçado no Bem como um princípio ético universal, porém, apesar do caminho para nos tornarmos mais inteiros e plenos seja um despertar da consciência para a luz em nós, não podemos evitar cruzar com as nossas trevas: a ignorância, os medos, os apegos e os desejos. E é justo, a partir delas (transformadas), que a grande síntese acontece.
Os yamas são:
Ahimsá = não usar nenhum tipo de violência
Satya = falar a verdade
Asteya = não roubar
Bramacharya = não desvirtuar a sexualidade
Aparigraha = não se apegar
Estes são refreamentos que ajudam o praticante a se purificar do egocentrismo e os preparam para os estágios seguintes.
Os nyamas são disciplinas psicofísicas e compreendem:
A purificação = sauchan
Ocontentamento = santosha
A austeridade ou o esforço sobre si próprio = Tapas
O estudo de si próprio e da metafísica do yoga = swadhyáya
A consagração a íshwara, a imagem arquetípica do divino.
Esta base ética, como já dissemos, é a nossa garantia de que estaremos alertas às armadilhas e miragens do caminho e conscientes do risco de sermos seduzidos pelo anseio de poder e de prazer do nosso ego.
As etapas seguintes referem-se às práticas que não atuam gradativamente no corpo-mente-espírito, preparando a totalidade bioenergética do indivíduo para iniciar-se numa nova consciência e percepção de si e do mundo.
Elas são:
Àsanas = práticas das posturas psicofísicas
Pránáyámas = conscientização da energia vital através da respiração e o seu controle.
As ásanas acordam a consciência a consciência do corpo adormecido, religando o movimento corporal à consciência mais profunda.
Os pránáyámas atuam no desbloqueio psico-emocional e energético, levando à conscientização de emoções mais inconscientes, favorecendo o equilíbrio e o controle da energia vital, emocional e mental, preparando-nos para a experiência do estágio seguinte.
Prathyáhára, a próxima etapa, consiste na abstração dos sentidos, há um movimento de diminuir ao máximo toda a estimulação sensorial, separando as imagens internas dos estímulos externos. Nesta etapa a consciência observadora começa a surgir liberando o indivíduo de reações automáticas e conscientes. Ele começa a perceber como o mundo externo interfere na sua experiência interior.
Dháraná é a continuação da pratyáhára, é o estado de concentração e focalização da mente que permite ao yoguim ampliar sua percepção, observando e conhecendo dimensões de sua experiência até então desconhecidas da realidade objetiva.
Dhyána é a conseqüência de Dháraná, é o estado de meditação, onde sendo o seu próprio observador, o praticante ative o seu eu superior, núcleo de consciência mais profunda e pode testemunhar a dualidade das emoções e de sua mente com um certo distanciamento, integrando-as à totalidade de seu ser. Aceitando ambos os pólos do conflito, criamos as condições para que uma síntese ocorra.
O samádhi, o estado superior do praticante, é caracterizado pela experiência da unidade. Neste nível de consciência não há conflito interior, nem divisões e ocorre nem que seja inicialmente só por um lapso de tempo a experiência da transcendência, do êxtase, do "satchitananda" (a bem-aventurança no ser pleno de consciência).
Todo este processo de despertar da autoconsciência é trabalho para uma vida ou para muitas, como acreditam os orientais.
O caminho para o samádhi passa pela conscientização e transformação de vários processos emocionais e mentais. Entre eles estão os condicionamentos mentais e emocionais, os julgamentos, as percepções, as memórias presentes e arcaicas, as modificações e alterações da consciência em todos os seus níveis.
As flutuações da consciência, segundo a psicologia do yoga, são de cinco tipos:
Pramána = conhecimento correto
Viparyaya = conhecimento incorreto
Vikalpa = ilusão
Nidrá = sono
Smrta = memória.
Essas flutuações são chamadas chittavrittis e se produzem como reações da mente as sensações e estímulos provenientes dos sentidos, causando na mente impressões que vão produzir gostos e aversões, julgamentos e conhecimentos parciais da realidade percebida. Os vrittis, como ondulação que se alternam e se modificam, vão produzir com o tempo, uma impressão no inconsciente, como uma cicatriz registrando a experiência vivenciada que há um tempo pode retornar a consciência. Estas marcas produzidas pelos vrittis são denominadas sanskáras. As sankáras contêm memórias e padrões inconscientes mais profundos que vão por sua vez influenciar os desejos e os impulsos vindos do interior do indivíduo. Estes desejos são chamados vásanas.
O yoga enquanto caminho de autoconhecimento pressupõe a sua realização a partir de uma transformação da integralidade do indivíduo, todos os níveis do ser desde o nível celular são mobilizados. O despertar da consciência profunda é similar ao descascar de uma cebola, até atingirmos o seu núcleo, muitas camadas precisam ser retiradas. Essas camadas são condicionamentos do corpo e da mente, impurezas (kleshas), gostos e aversões, apegos que comandam de um nível inconsciente os desejos que nos governam.
Existem correntes filosóficas na tradição do yoga que apresentam caminhos diferentes de lidarmos com esta transformação do ego:
A escola do Vedanta coloca que o ego precisa ser eliminado juntamente com suas impurezas e desejos para que o verdadeiro eu profundo possa manifestar-se. O ego é uma ilusão que precisa ser vencida.
Outras, dentre estas a escola shaivista da caxemira, defende que, em vez de excluir o ego e suas manifestações é necessário transformá-las e colocá-las a serviço dos propósitos do Eu espiritual.
O ego não pode ser eliminado, ele precisa ser colocado a serviço da coletividade.
À medida que, o praticante vai aprofundando a sua meditação, tudo que o limita e o condiciona a uma estrutura de seu pequeno mundo vai se tornando sem sentido, não há como fugirmos de nós mesmos. Podemos evitar encarar certas sombras, certas dores, certos potenciais inexplorados, mas eles estão aí e em algum tempo retornam... Se resistirmos a transformação interior nós só a retardamos e a tornamos mais dolorosa. De fato, quem sofre é o nosso ego, nossa alma sabe que só libertando-nos de nossos casulos podemos assumir nossa verdadeira essência enquanto borboletas.

O YOGA NO OCIDENTE E NA MODERNIDADE

As técnicas da Hatha Yoga foram desenvolvidas na Índia no período da idade Média, sendo assim dentro da história recentes. Estas práticas foram popularizadas no ocidente por enfatizarem as práticas corporais e trazerem inúmeros benefícios à saúde e ao equilíbrio psicológico.
Como nós ocidentais estamos acostumados a pensar, que a cura e a solução dos nossos problemas estão fora, o hatha Yoga pareceu e parece até hoje um caminho de alívio de nossos sofrimentos psicofísicos.
Muitos imaginam que é só praticar uma determinada postura ou fazer um determinado exercício e pronto, fica-se curado. Mas a verdade não é esta. A verdadeira fonte da cura está em nós e na transformação de nossas atitudes e percepções equivocadas a respeito dos nossos problemas. Os orientais, ao realizar estas técnicas, tinham como objetivo maior se conectar com a consciência Divina.
O Yoga vem de uma outra cultura, por isso como disse o psicólogo Jung não pode ser praticada da mesma forma que o é no oriente, precisa ser adaptada à mente do ocidental. O oriente, disse ele, é voltado para o interior por natureza e a cultura ocidental é voltada para o exterior, é extrovertida.
Como é possível praticar o Yoga no Ocidente? A humanidade está cada vez se abrindo o para um movimento de globalização não só num nível cultural e social, mas no nível de um conhecimento integrado das ciências, através de uma concepção holística da vida e do ser humano.
A prática do Yoga tem se adaptado às necessidades individuais e de grupos específicos, respeitando às diferenças culturais, tem se desenvolvido aqui no Ocidente escolas de Yoga, com ênfase nas práticas psicofísicas do Hatha Yoga, podemos citar algumas como: o Asthanga Yoga, o Power Yoga, o Ayengar Yoga, o Swastya Yoga, todas preconizam práticas fortes e ativas do hatha Yoga, ao contrário do Haha Yoga tradicional onde os movimentos são lentos e há uma permanência maior nas posições.
A hatha Yoga tradicional também recebeu uma nova roupagem no ocidente a partir de pesquisas científicas, considerando os benefícios de suas práticas e adaptando-as à pacientes com desordens físicas e psíquicas, esta prática adaptada foi denominada de Yogaterapia, que nada mais é do que uma focalização dos objetivos da prática a partir das condições e das necessidades de quem pratica.
Fonte: www.anaenello.org
Yoga
As origens do Yoga tornam-se difíceis de estabelecer, dada a ausência de documentos devidamente datados.
Contudo existem pontos de referência, tratados e seus comentários, cânticos e hinos que nos proporcionam uma cronologia um pouco incerta.
Durante milénios na Índia, o Yoga é transmitido pela tradição oral, mais tarde confirmada por escritos sânscritos e vernáculos (anteriores à civilização ariana). A sua prática marca profundamente a espiritualidade indiana, tornando-se aspecto predominante.
Ao longo dos tempos vão-se dando evoluções, adaptações e transformações originadas pela mutação metafísica e espiritual operada no continente indiano.
Duas tradições fizeram crescer o que é hoje o Yoga. Por um lado entre 1500 e 1200 A.C. a experiência religiosa dos ascetas nas selvas da Índia, que é comprovada pelo Rigveda; Por outro lado a especulação filosófica tendente á interiorização dos ritos e dos sacrifícios instituídos pelos invasores indo-arianos.
O Yoga "Clássico" tal como foi estabelecido e codificado por Patanjali, dois séculos antes da nossa era, aparece no século IV A.C. e desenvolve-se até ao século XI. Este Yoga é de certa forma definitivo, dado que as evoluções posteriores são de ordem mística ou especulativa, resulta de uma prodigiosa síntese das aspirações espirituais da alma indiana confrontada com uma multiplicidade de ritos, cultos, crenças e técnicas.
Embora a sua existência esteja confirmada antes das invasões arianas, na civilização do Indo entre 2700 e 1700 A.C., o Yoga propriamente dito enraíza-se na fusão das culturas autóctones, os Drávidas e os aborígenes, e as estrangeiras, os indo-europeus. Os primeiros sendo agricultores sedentários que observam cultos devocionais dedicados à Grande-Mãe. Os segundos são pastores adeptos dos rituais e da especulação, fiéis aos deuses do Céu e à religião do Pai.
Os textos fonte de todos os ensinamentos relacionados com a prática do Yoga são:

Os Vedas

Hinos em verso ou em prosa, fruto da civilização indo-europeia que nasceu no norte da Índia em 1500 A.C.. O Yoga reveste segundo estes textos o sentido de uma disciplina aristocrática, revelada a alguns iniciados, recobrando o seu significado etimológico: atrelar uma parelha de cavalos impetuosos ao carro de guerra de um príncipe ou de um deus. Os Vedas ulteriores alargam esta noção restrita: o Yoga torna-se um método, uma receita aplicada á moral, á conduta religiosa, familiar e psicológica. Os Vedas expõem os preliminares ascéticos e as disciplinas do corpo que favorecem a resistência física "tapas". Evocam também estados de consciência estáticos que serão mais tarde integrados na tradição do yoga. Começa aqui a incorporação dos rituais e sacrifícios através dos exercícios físicos.

AS UPANIXADES

Escritos em prosa, dos quais os mais antigos remontam ao século V ou VI A.D., contemporâneos do budismo, que traduzem as diversas orientações espirituais que atravessam o pensamento indiano nessa época. A palavra Yoga é utilizada pela primeira vez nos Upanixades, na sua acepção tradicional: ascese individual passível de realizar a união do atman e do brahman. Alguns permanecem fiéis à especulação metafísica e à contemplação gnóstica; outros insistem na via ascética e nos exercícios psico-corporais. Estes últimos são geralmente denominados por Upanixades do Yoga. As mais conhecidas são: Katha Upanixade, Taittitya, Chandogya, Kshurika, Yoga Tattva. Pela primeira vez, um texto explicita formalmente a perspectiva espiritual do Yoga: libertar a alma da roda do samsara, ou seja da sucessão das encarnações. A concepção metafísica do Yoga, influenciada pelo Budismo e pelo Vedanta, aprofundada pelas Upanixades, sofrerá diversas evoluções. É importante saber que a prática do Yoga constituía na Índia ariana, regida pela obediência ritual, um pecado sem remissão. O Yogui abandona a sua família e a sua casta, descura os seus deveres rituais, colocando-se numa posição de rebelião indisfarçável perante as instituições bramânicas. Aqui surge um antagonismo subsistente entre a vontade yoguica de resgate individual e o fervor ritual institucionalizado pelos Arianos.

O Maabarata e a Bagavadguita

Este antagonismo teve resolução por volta do século IV. O Yoga, reservado por tradição a uma minoria de renunciantes, conhece subitamente uma renovação, uma popularidade, pelo aval de tratados fundamentais cujo êxito foi prodigioso. O Maabarata, epopeia heróica cujo propósito inicial, a narração de uma guerra fratricida entre vários clãs, encontra-se amplamente extravasado por sucessivos acrescentos, textos jurídicos, teológicos e místicos. Alguns dos seus livros fazem alusão ao Yoga, bem como à metafísica que o subentende, o Samkhya, mas é o seu VI, a Bagavadguita, que dá ao Yoga uma nova extensão cujas repercussões espirituais foram consideráveis. Assim a Bagavadguita altera a vida espiritual indiana, permitindo a todos, sem exclusão, de praticar o Yoga da sua preferência.

OS YOGA SUTRAS DE PATANJALI

Embora hoje seja contestada a paternidade dos Yoga Sutras, por parte de eminentes especialistas na cultura indiana, uma coisa é certa, Patanjali codificou uma doutrina que lhe é bastante anterior. Graças a uma sintetização genial, o autor dos Yoga Sutras condensa um conjunto de teorias baseadas numa técnica já constatada. As suas fórmulas concisas e precisas, destinadas à memorização, cristalizam uma experiência secular. Esta obra divide-se em quatro secções: A 1ª constituída por 51 aforismos foca a absorção ou êxtase meditativo que se segue aos trabalhos corporais preliminares, asanas, pranayama, pratyara. A 2ª constituída por 55 aforismos é consagrada ao método propriamente dito e às técnicas que permitem recuperar o estado de consciência anteriormente referido. A 3ª constituída por 55 aforismos aborda os poderes supramentais ou parapsicológicos, siddis, que decorrem da absorção da pura consciência. A 4ª costituida por 34 aforismos trata do estado contemplativo, da imersão no Eu, Brahman. Os comentadores destes aforismos estimam que esta parte é resultado de uma adição tardia. O Primeiro Sutra contém, só por si, o ensinamento do Yoga. " O Yoga é o controlo das actividades flutuantes do pensamento. Então, aquele que vê reside na sua própria forma; de outro modo ele reveste a forma das suas actividades.".
Assim o Yoga, tornou-se uma filosofia de vida baseada na harmonização do corpo físico, através de posturas "asana", da respiração "pranayama", e do mental através da meditação "dharana", com o fim de atingir a união, entre o corpo físico, o corpo emocional, o corpo energético e o corpo espiritual. Na nossa sociedade ocidental o Yoga tem fundamentalmente a finalidade de harmonizar o corpo físico reduzindo os níveis de stress, melhorar a concentração e apaziguar o mental turbulento, devido ao sem fim de solicitações da vida moderna, e melhorar a nossa respiração deficiente, aumentando a oxigenação que é cada vez mais deficiente devido aos níveis de poluição cada vez maiores.
Fonte: www.members.tripod.com

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